terça-feira, 22 de maio de 2012

Preço final de carros populares começa a cair a partir de hoje.

Diante do desempenho fraco da economia, o governo decidiu pisar no acelerador e anunciou ontem um pacote R$ 2,7 bilhões para estimular o consumo, principalmente o de automóveis, e a aquisição de bens de capital.


Assim como fez na crise de 2008 e 2009, o Planalto cortou impostos, liberou mais dinheiro para empréstimos e reduziu os custos de linhas de financiamento.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as medidas são resultado de um compromisso “inédito” assumido entre governo, setor produtor e setor financeiro. Para veículos de até mil cilindradas, o IPI cai de 7% para zero. Os veículos entre 1.000 e 2.000 cilindradas movidos a álcool ou flex, terão imposto reduzido em 5,5 pontos.
Para o mesmo tipo de automóvel movido à gasolina, a redução corresponderá a 6,5 pontos. Os utilitários e veículos comerciais terão o imposto reduzido em 3 pontos percentuais. Na prática, as alíquotas caem de 11% para 6% (carros até 1.000 cilindradas); de 11% para 6,5% (de 1.000 a 2.000 cilindradas); e de 4% para 1% (utilitários).
Para os automóveis que não estão no Regime Automotivo, incluindo os importados por empresas que não têm fábrica no Brasil ou nos países com os quais o Brasil tem acordo, como os do Mercosul, a alíquota cai de 37% para 30% (até 1.000 cilindradas); de 41% para 35,5% (de 1.000 a 2.000 cilindradas); e de 34% para 31% (utilitários).

Assim, o preço final dos populares vai cair a partir de hoje.
A redução das alíquotas vai valer até o fim de agosto. Até lá, a renúncia fiscal provocada pela redução do IPI deve ultrapassar R$ 1 bilhão, segundo estimativa do governo. Além de ter o IPI reduzido, os automóveis terão desconto no preço de tabela, segundo compromisso acertado entre o governo e as montadoras. De acordo com o ministro, os fabricantes se comprometeram em reduzir os preços dos veículos de até 1.000 cilindradas em 2,5% sobre o preço de tabela.
O desconto será 1,5% para os veículos entre 1.000 e 2.000 cilindradas e 1% para os utilitários comerciais. “Isso atende à demanda do setor”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. “Os estoques estão altos e é preciso fazer girar a máquina da indústria automobilística.”
As montadoras se comprometeram a não demitir durante a vigência do acordo. Para os modelos importados, continua valendo o aumento de 30 pontos percentuais no IPI. Também foi fechado um acordo com os bancos, pelo qual eles vão reduzir o valor da entrada e taxa de juros, além de alongar os prazos de pagamento. Em troca, serão liberados recursos que hoje as instituições têm de manter depositados no Banco Central.

IOF também é reduzido
Além de baixar o IPI para carros novos, o governo decidiu, ainda, reduzir a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos para pessoas físicas de 2,5% para 1,5%. Com isso, a arrecadação federal vai cair perto de R$ 900 milhões num período de três meses. Porém, esse corte não tem prazo para acabar.
Mais medidas para facilitar empréstimos estão a caminho. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, encomendou à Caixa que simplifique a linha de crédito que permite utilizar recursos do FGTS para comprar material de construção. Segundo o ministro, essa linha de crédito já era oferecida, mas com muitas exigências.
O governo também anunciou a redução dos juros cobradas pelo BNDES para bens de capital. “O resultado esperado é reduzir o custo do investimento”, afirmou o ministro. A taxa para o financiamento de compra de máquinas para grandes empresas, por exemplo, caiu de 7,3% para 5,5% ao ano.
O custo estimado da redução de juros é de R$ 619 milhões.Mesmo com esse impulso adicional, Mantega avaliou que será difícil crescer 4,5% este ano. Ele avaliou que a crise internacional se agravou, e foi por essa razão que o governo adotou esse conjunto de novos estímulos.
O objetivo, explicou, é estimular o investimento. Porém, observou, este não ocorrerá sem consumo. E o setor automotivo era o que mais enfrentava problemas na concessão de crédito. O governo decidiu agir porque a indústria automobilística tem impactos importantes em toda a economia brasileira.

 

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